Construção de Equipes
O grande desafio da Liderança é a construção de uma equipe. Este assunto é sempre recorrente em todos os trabalhos que realizo.
Problemas sociais, políticos e econômicos sempre estão relacionados à liderança e, em menor escala, alguns dos problemas pessoais também relacionam-se à liderança.
Quer queiramos ou não, líderes influenciam na felicidade ou na infelicidade da sua equipe e geram um impacto muito grande no ambiente de trabalho.
Mas… será que não é uma responsabilidade grande demais para as lideranças? Claro que é!!! E, justamente por isso é que a formação da equipe precisa ser muito bem cuidada.
Quando as pessoas estão adequadas à empresa, à área, à liderança, aos objetivos e aos valores, tudo é muito mais simples e funcional. Por outro lado, pessoas cujos objetivos pessoais, valores e competências não se adequam, estão propensas ao sofrimento e a um grande desgaste.
Por que a construção de equipes é um desafio para os líderes? Como formar uma equipe que funciona?
Pessoas são complexas, têm ideias diferentes, são difíceis, estão dispostas ou não a cooperar e exigem muita habilidade. Ás vezes, uma simples palavra é recebida como um estimulo para uma pessoa e, para outra, o sentimento é de destruição e rejeição. Por quê? Porque são pessoas diferentes e essa diferença é fundamental para que consigam construir os resultados tão necessários.
Então, diferença gera complementaridade e complementaridade gera resultados diferenciados.
No entanto, o trabalho da liderança está em construir essa complementaridade que acontece nos verdadeiros times de trabalho, o que não é nada fácil.
Existe uma crença, totalmente distorcida, que acredita que o time se forma apenas pelo fato de várias pessoas serem colocadas juntas.
É uma mentira achar que as pessoas juntas vão se completar, vão formar um time, pois a formação do time é uma construção. Como quando se constrói uma casa, a construção de um time depende da fundação sólida, do trabalho de levantar as paredes, da divisão dos ambientes e, apenas no final é que são colocadas as luminárias e outros adereços.
Assim, neste artigo inicial da série, Formação de Equipes como Principal Desafio da Liderança, trataremos da fundação dessa construção.
Construindo a “fundação” de um Time
Hoje as pessoas são muito complexas e cabe ao líder influenciá-las para que cheguem a um objetivo. No entanto, para serem influenciadas precisam ser influenciáveis, precisa ter um “match”.
Para isso, há necessidade de uma certa “cola”, que ajude esse processo. Entendo que essa cola se dá pela existência, no líder, não só das hard skills (competências técnicas) que conferem um grau de autoridade no que coordena, mas, principalmente, das soft skills (competências humanas), que atuam na capacidade da liderança em ter maior sensibilidade e preparo para trabalhar com “o humano”.
Assim, a capacidade de definir com clareza qual o perfil dos colaboradores é uma das competências mais importantes da liderança e, infelizmente, não valorizada, nem trabalhada com o tempo necessário.
No perfil a ser desenhado de cada profissional (antes da contratação), algumas perguntas precisam ser respondidas com clareza, para que, no processo de contratação, fique mais fácil a escolha de quem deve compor a equipe.
Quais conhecimentos são necessários? A partir dos conhecimentos já existentes na equipe, quais conhecimentos precisam ser adicionados? Quais os valores que essa pessoa precisa ter? Quais as habilidades técnicas e humanas são indispensáveis? Quais os comportamentos que espero que essa pessoa tenha? Qual o nível de maturidade que essa pessoa deve apresentar? Quais as experiências que precisa ter? Quais os treinamentos que serão dados após sua admissão?
Se não se sabe o que se quer, qualquer profissional está apto a ocupar um cargo e, às vezes, é apenas o currículo ou uma indicação ou até mesmo a simpatia que é levada em consideração.
O processo seletivo é o grande e primeiro passo para que essa fundação do time aconteça. No entanto, são raros os times que começam “zerados”. Normalmente um grupo de pessoas já existe (e se recebe de herança) e outras pessoas são contratadas para compor o time.
Nesse caso, ainda mais importante é o processo seletivo de quem está entrando, para que possíveis “vícios” existentes sejam mantidos à distância dos que chegam.
Dedicar tempo a esse momento garante uma boa fundação do time. Ou seja, após o primeiro passo de definição do que se quer, há o segundo que é a atração do candidato e a seleção, normalmente composta por games, dinâmicas de grupo etc.
Esteja presente (provavelmente junto com RH), nas dinâmicas finais e coloque na sua agenda, prioridade para a entrevista de seleção.
A entrevista é o grande momento!!! Preste atenção no candidato, tentando se separar das suas projeções. Não se apaixone por nenhum candidato e também não odeie nenhum. Afaste-se das suas emoções e decida com base em fatos e dados e não com base em indicações. Busque conhecimento para fazer uma boa entrevista comportamental. Use sua intuição para fazer ótimas perguntas e não para decidir.
Observe cada detalhe dos candidatos e busque entender qual ou quais delas comporiam a fundação do time que precisa.
Dado esse passo inicial, tudo que se segue é mais suave e fácil. Contratar a pessoa certa torna todo processo de liderança muito mais leve e produtivo.
Mas, claro, que isso não basta… espere o processo capítulo da série…
Profa. Dra. Fátima Motta
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