Os artigos que faço, sempre se relacionam-com as minhas questões pessoais. E este artigo não é diferente. Comecei a me fazer essas duas perguntas básicas: por que e para que? E assim, resolvi transcrever minhas reflexões e espero que o leitor possa aproveitar esses minutos para também se questionar.
Faço-me constantemente as seguintes perguntas: por que continuar com o meu trabalho, aulas, artigos, lives, coachs, palestras, com os meus relacionamentos? Por que faço o que faço? Vale a pena? Vou deixar as respostas para mais tarde, mas gostaria de deixar registrado o que observo em várias das minhas atividades junto às pessoas: grande insatisfação em geral passeando pelas mentes e corações de alunos, coachees, clientes, amigos, amigas e assim vai….. Por que tanta insatisfação? Vamos aprofundar nossas reflexões.
Essas insatisfações demostram um grande intervalo de tempo sem questionamento e sem ações. As pessoas se calam com seus problemas e acabam adoecendo com seu silencio. Insatisfeitas, querem mudar suas vidas, mas não sabem por onde começar e nem o que fazer. Assim, por medo ou conforto, acobertam-se na quietude incômoda. E, por vezes, as questões não explicitadas eclodem dentro do corpo cansado, ocasionando doenças das mais diversas, fato esse já comprovado pela medicina.
Os dois anos de reclusão devido à pandemia, trouxeram mudanças pessoais significativas e o desenvolvimento de novos e diferentes hábitos. Há pessoas que anseiam voltar para o que antes possuíam como certo e habitual e outras não querem retornar, de jeito nenhum, à vida “de antes”. Mas, de forma geral, percebe-se uma grande insatisfação, misturada a um desejo de mudanças e ainda um cansaço por tudo que foi vivido e pela insegurança no que está por vir. Muitas coisas aconteceram nestes dois anos. A morte ficou mais próxima e inevitável e hoje, sentimos um clamor pela vida. Mas, que vida realmente se quer?
Para responder a essa pergunta, talvez a reflexão que proponho aqui seja uma grande alternativa:
– Questionar cada simples atividade ou decisão a ser tomada com “por que e para que, ou seja, tonar mais claro o propósito e a finalidade de cada escolha atual ou futura”.
É interessante como desenvolvemos o hábito de julgar e questionar os outros, mas dificilmente o fazemos a nós mesmos.
Assim, talvez devêssemos nos perguntar: Por que quero mudar? Para que quero mudar? Por que quero resolver esse problema que não me faz diferença? Para que quero resolver esse problema?
Cuidado com respostas impulsivas e dadas apenas para agradar ao ego e à sociedade. Como exemplo: Por que preciso fazer esse curso? Para agradar a minha família e ser igual aos meus amigos. Por que comprar essa roupa? Para ficar na moda. São respostas que sinalizam uma dependência externa e não um propósito interno e significativo. Portanto, precisam ser analisadas e talvez mostrem a fragilidade da necessidade apresentada.
As respostas quando bem colocadas ajudam nos vários aspectos da nossa vida, trazendo integridade e decisões alinhadas a valores essenciais.
– Por que penso assim? Para que estou pensando nisso?
– Por que estou sentindo medo (ansiedade, preocupação etc.)? Para que estou sentindo isso?
– Por que rezo? Para que rezo?
– Por que trabalho? Para que trabalho?
– Por que faço atividades físicas? Para que faço atividades físicas?
– Por que desenvolvi esse vício? Para que desenvolvi esse vício?
– Por que alterar a forma de trabalho? Para que alterar a forma de trabalho?
Se as respostas forem claras e verdadeiras, encontramos o propósito e a finalidade de cada atividade realizada ou mudança a ser implementada.
Se as respostas não existem, ou são superficiais e externas, está na hora de repensar, ter outra postura, outras decisões.
Quando nos questionamos seriamente, começamos a ver significado no que fazemos, nas mudanças que queremos empreender na vida e nos conectamos à nossa essência. Isso nos dá poder e nos preenche. Sem esse questionamento, entramos no modo impulsivo ou apenas reclamamos da vida e ficamos presos à postura da vítima indefinidamente, o que nos paralisa, amortece e adoece. Coragem, clareza e auto-observação são grandes ferramentas para implementar essas duas perguntas no nosso dia-a-dia: Por que e Para que.
Mas, voltando ao início, quero contar quais foram as minhas respostas às perguntas que me fiz nos primeiros parágrafos.
Por que trabalho e faço o que faço? Encontrei a seguinte resposta: porque tenho uma missão de vida a cumprir. Todo trabalho que faço, todo texto que escrevo, toda live, todo coach, toda palestra, enfim, absolutamente tudo, conecta-me à missão de ampliação de consciência como caminho do desenvolvimento humano. Para que faço isso? Porque me preenche e me faz feliz. Fiquei muito bem com essas respostas. Por outro lado, descobri que alguns relacionamentos não tinham um porque e nem um para que que realmente valesse à pena e entendi que tinha que colocar um ponto final em alguns desses ciclos.
Segue aqui, então, a última parte da reflexão: quando as respostas são ancoradas na sua missão de vida e nos seus valores, têm um total sentido e se tornam fáceis de serem respondidas, ajudando imensamente na tomada de decisão.
Quando as respostas não se conectam à sua essência, valores e missão de vida, talvez sejam o sinalizador mais importante para questionar a decisão e mudá-la.
Assim, terminando esse artigo, deixo aqui, algumas dicas que são um resumo do que foi falado:
1 – Habitue-se a perguntar o porquê e para que, em relação a tudo que faz e a tudo que quer fazer, identificando quais mudanças precisa fazer nesse momento.
2 – Observe-se bem.
3 – Conecte-se à sua essência, aos seus valores e à sua missão de vida.
Seja verdadeiro(a) com você mesmo. Vida vazia gera depressão, saúde fraca e falta de entusiasmo.
Tenha coragem para tomar decisões.
Profa. Dra. Fátima Motta
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