Autoliderança, a competência do momento!

Autoliderança, por que é importante?

 

Hoje é a competência de maior significado para quem quer conseguir resultados no mercado de trabalho. Cada vez mais precisamos de pessoas que saibam se autoliderar e não dependam de outras que as direcionem o tempo todo. O motivo dessa grande mudança, ou seja, de uma era onde se considerava bom que as pessoas fossem conduzidas e aceitassem serem conduzidas por líderes autoritários, para uma era onde se precisa saber qual parte é sua responsabilidade, é a própria transformação da cultura. Agilidade, conexão, ação e colaboração são partes inerentes a essa grande revolução, e não há agilidade, nem criatividade, nem crescimento quando não existe a liberdade de se contribuir da melhor forma com a competência que se possui.

 

Mas, o que é autoliderança? É a capacidade de auto condução. Para isso, é necessário que fique muito claro o que se quer e onde se está (seja no trabalho ou na vida em geral) e os recursos necessários ao caminho a ser percorrido. Ou seja, objetivos claros, foco e concentração são palavras de ordem para que cada um possa se autodirigir. Autoliderança é a capacidade que temos de nos auto influenciar para o objetivo que queremos alcançar.

 

Essa mudança exige um movimento interno significativo, sair da zona de conforto (limitada, mas interessante), das ordens e direcionamentos específicos e detalhados. Ser “mandado” possibilita que não se seja responsável por erros e situações problemáticas e a resposta de praxe é: “eu fiz o que você mandou”. Autoliderança é o movimento de assumir as ações, com seu ônus e bônus, é viver a tal accountability, a responsabilidade pelas ações escolhidas, independentemente dos possíveis julgamentos. É agir de acordo com valores conectados a um propósito que não deixa dúvidas da ação a ser tomada. Essa postura só cai bem para os que têm coragem e postura de dono, dono do negócio, mas, sobretudo, dono da sua própria vida.

 

Se analisamos a vida que temos, podemos simplesmente aceitar o que temos e conduzir-nos dentro de uma linha sem grandes mudanças. É uma escolha que depende também de autoliderança, ou seja, nesse caso, é a capacidade de não se deixar levar por ninguém e seguir pelo caminho já traçado em todas as áreas da vida. Pode-se, também, ao avalia-las, identificar algumas partes que parecem mais complicadas, tensas e inadequadas. Decidir definir um objetivo para alterar o que não se quer, faz parte da autoliderança. Exemplificando: pode-se não estar satisfeito com a questão da saúde, ou de relacionamentos, ou da profissão. O primeiro passo é entender o motivo da insatisfação e o segundo é traçar objetivos  para se chegar onde se deseja. Quem não lidera a própria vida, com certeza não consegue liderar outras pessoas.

 

Quem não consegue alterar na própria o que não lhe faz bem, como poderá conduzir pessoas para outros patamares de produtividade?

 

Na área profissional, o raciocínio é o mesmo. Onde se está e onde quer se chegar? Como me conduzo para um trabalho que acrescente competências e experiências? Qual o meu propósito na área profissional? Como quero exercer minha liderança? E, se não sou líder, o que preciso fazer para cumprir meu papel? Que recursos / informações preciso conseguir? Quais metas preciso alcançar? Como obter o que preciso e me manter ativo em direção ao que preciso fazer, independentemente de ordens?

 

Essa postura é o oposto de comportamentos como … “E agora, o que é que eu faço?”  “Manda quem quer e obedece quem tem juízo”. Ao contrário, a autoliderança pressupõe que cada um se aproprie das suas competências e faça o que precisa ser feito, buscando superar as expectativas próprias e de seus líderes.

 

Para isso, líderes precisam estar preparados, informações claras e responsabilidades alinhadas são parte de combinados que ajudam a autoliderança. Aliás, cada vez teremos menos líderes e mais pessoas que se direcionam. Com propósito claro, valores alinhados, procedimentos e processos parametrizados, projetos definidos, recursos habilitados, a autoliderança depende apenas de pessoas que se sintam preparadas para agir. Um exemplo dos mais simples, é um vendedor que supera as expectativas em relação às vendas e satisfação do cliente, porque não fica preso a nenhuma limitação e não depende de “chefe” para fazer aquilo  para o qual foi contratado. Simplesmente faz, encanta, surpreende e é um sucesso para si mesmo, para sua família e para a empresa.

 

Quem apresenta essa postura, é assim em todos os papéis. Na família, se auto conduz e não se torna dependente seja lá de quem for. Colabora, é unido com todos, mas, sem dependência tóxica.

 

Nas amizades, a mesma coisa. Sabe escolher e se posicionar perante os amigos, não perde tempo com quem não acrescenta, ou com pessoas que estão sempre julgando tudo e todos de forma negativa. São pessoas nocivas que são reconhecidas e afastadas do convívio de quem se autolidera.

 

E ainda, quem se autolidera tem um cuidado com seu corpo, com sua mente e com suas emoções. Preocupa-se, na parte física, com sua saúde de maneira geral, com seus indicadores, com seu sono, alimenta-se de forma adequada e cuida da flexibilidade e força corporal. Tem metas claras para isso. Não se deixa levar por nada que o tire do seu objetivo, do seu foco. Presta atenção a detalhes do seu corpo, uma vez que sabe que este é a sua morada.

 

Outro ponto sensível é a nossa mente. Muitas vezes, o pensamento está contrário às metas, questiona tudo, quer se intrometer e tira o objetivo do foco. E é aí que, mais uma vez, a pessoa que se lidera não se deixa levar por seus maiores inimigos: o pensamento e a mente. Questionar o próprio pensamento, os modelos mentais que se apresentam contrários aos objetivos é um trabalho árduo, mas fundamental. É muito normal que a mente venha tagarelando com coisas como….. “deixa disso… pra que tanto esforço?” “depois você dá um jeito….”  “é mais fácil perguntar…” “não se arris3wque..” “depois vai levar uma bronca…” “vai assistir uma série e deixe para depois o seu objetivo….”

 

Na mente também residem as ilusões. Quantas ilusões interferem no nosso cotidiano, para as quais damos atenção e nos paralisamos? Nossas ilusões precisam ser avaliadas… o que estou pensando é fato ou ilusão? Estou sentindo ansiedade por algo real ou por pura ilusão?

 

E assim, entramos também no reino das emoções, feras soltas que invadem nosso coração e as nossas mentes e podem nos liderar se não fizermos a ação da autoliderança. A autoliderança segura a impulsividade, dá contorno às emoções, lidera essas feras para entender e colocá-las no seu lugar. Não as deixa soltas. Livra-se das emoções incomodas que atrapalham a autoliderança. Reconhece, por exemplo, o merecimento em obter sucesso em um projeto e não se deixa levar pelo medo. Valida a alegria de viver, a energia do amor presente em tudo, a beleza presente em cada ação, a vitória em cada objetivo alcançado. As emoções aparecem, com certeza, mas quem se autolidera não fica preso a emoções tóxicas, pelo contrário conecta-se  às emoções que lhe ajudam a alcançar seus objetivos.

 

Assim, buscando deixar para o leitor inquieto sobre esse tema, questionando-se sobre sua autoliderança, trouxe alguns aspectos que espero que sirvam para um processo inicial de reflexão.

 

Muito mais é possível descrever sobre a capacidade de se autoliderar, mas, o principal é ter esse domínio sobre si, sabendo, no entanto, que nada se faz sozinho, que, precisar de apoio, de conhecimento e de recursos, faz parte da autoliderança. Autoliderança é ter a capacidade de crescer e ajudar outros a crescerem e não ter a vergonha de ser ajudado a dar passos cada vez mais direcionados à missão pessoal que, em última instância, contribui para o desenvolvimento da humanidade.

 

Profa. Dra. Fátima Motta

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