Felicidade no mundo corporativo… Existe? – 1ª. REFLEXÃO

Os últimos dias, certa inquietação tomou conta dos meus pensamentos. Inquietação boa, fruto de um ótimo período de Carnaval, que não teve blocos de alegorias, nem fantasias, mas que foi musicado por muitas risadas, pausadas por silêncios de profunda contemplação e gratidão.

 

Estava eu em uma região bucólica, na Serra da Bocaina, vivendo e respirando a pureza das plantas, das águas, do céu, da chuva, do sol e de um grupo de pessoas que mostravam seu melhor, portanto nutriam-se de tudo e nutriam a tudo e a todos também.

 

Perante tanta beleza, por que da inquietação? Porque comecei a me lembrar quanto de infelicidade, ansiedade, angústia existe no mundo corporativo… é só dar uma olhada rápida nas mensagens do facebook e verificar o que é digno de ressalva em cada postagem. Imensamente maior o número de publicações que falam de viagens, restaurantes, festas etc. Bem, isso não quer dizer muito, é apenas um dado, mas, quando me lembro do que ouço constantemente de profissionais e amigos, certifico-me da imensa discrepância entre os momentos felizes vividos fora da empresa, em comparação com os vividos nas organizações, sejam elas de que tipo for: nacionais, globais, de varejo, indústria, serviço e, a grosso modo, sem uma pesquisa formal, sinto que independe do cargo do profissional.

 

Sendo assim, gostaria de propor uma reflexão em capítulos, pois não acredito que se consiga terminar o assunto em apenas um artigo rápido como esse.

 

A primeira reflexão é a da fragmentação que temos com a natureza dentro do mundo corporativo. Por vezes não sentimos o sol, a chuva, o vento, nem é possível, em alguns casos, ver o ambiente externo. Ficam-se horas e horas fechados em uma sala, climatizada artificialmente com ar condicionado, nem sempre agradável, onde a única lembrança da existência da natureza é a presença de uma planta artificialmente plantada, artificialmente nutrida por uma empresa contratada, muitas vezes nem ao menos notada.

 

Com isso, não observamos o quanto a natureza pode nos ensinar, não nos curamos com sua presença, não nos nutrimos da sua sabedoria. Os escritores, poetas, músicos tendem a se conectar com a natureza para abrir seus canais de criatividade. Será que os executivos prescindem desse contato? Será que as reuniões, os trabalhos, as ideias não seriam mais eficazes se o ambiente fosse outro? Se somos mais felizes quando estamos em contato com a natureza, por que nos fragmentamos dela no mundo corporativo?

 

Algumas empresas entendem essa necessidade, outras apenas olham a natureza como uma decoração a mais. De qualquer forma, penso que cada profissional poderia se questionar em relação a esse aspecto. Quando você está em contato com a natureza sente-se mais feliz? Se sim, como poderia fazer para não apenas nas férias, mas no seu cotidiano contatá-la mais? Sentir-se mais beijado pela terra, pelo sol, pelo ar fresco, pela água? A cachoeira não está sempre presente, mas a água do banho que se toma está.

 

A diferença talvez seja a consciência que cada um de nós tem ao entrar em contato com a água do banho, com a água da chuva, com a água que bebemos. A praia não está sempre presente, mas o sol, quando aparece, está disponível para todos. Não cobra nada, apenas oferece seu calor e sua luz. Aí está também um momento de felicidade e de nutrição. É assim que pensamos? E as árvores que ficam no nosso caminho? Será possível contemplá-las por alguns segundos? Temos flores e plantas em casa? Cuidamos delas?

 

Na empresa em que trabalho, a presença das flores, plantas, gatos e cachorros, é um grande presente, porque trazem alegria, simplicidade e beleza, além de nos ensinarem a importância de espreguiçar, do brincar, do estabelecer limites, entre outros tantos ensinamentos que, pouco a pouco, compartilharei nesses artigos.

 

Claro que essa questão é muito mais profunda e deixo uma dica de leitura para quem se interessa: Leia o livro A Natureza Ensina de Ramy Shanayta. Editora KVT.

 

E assim, essa é a primeira reflexão dessa série: Ser feliz no ambiente corporativo… é possível? Um primeiro passo talvez seja voltar a valorizar a natureza no dia a dia. Colocar a cor das flores e do sol …. será que melhora? Será que nos deixa mais felizes? Experimente!!!! E compartilhe!!!

 

 

Profa. Dra. Fátima Motta

 

 

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