Focalizando o futuro

Todos nós precisamos de algo que nos direcione para o futuro, alguma coisa que justifique nossa existência, algo porque valha a pena acordar e lutar.

 

Isso é verdade para pessoas e para empresas. Ou seja, VISÃO DO FUTURO é a meta que nos conduz ao sucesso. Sucesso que queremos tanto, mas, na maioria das vezes, deixamos na mão do destino.

 

Uma forma, então, de construir esse sucesso é ter uma VISÃO. A visão é um sonho transformado em realidade. Nas empresas, cabe ao líder sonhar e transformar o seu sonho em VISÃO, definindo:

 

  • a MISSÃO (o que a empresa é),
  • os VALORES (no que acredita) e
  • os OBJETIVOS (aonde quer chegar).

 

Algumas empresas definiram tão bem sua missão, que ninguém duvida do seu sucesso, como por exemplo:

 

  • Hewlett-Packard – fazer contribuições técnicas para o avanço e bem-estar da humanidade
  • Merck – preservar e melhorar a vida humana
  • Nordstrom – prestar serviços aos clientes
  • 3M – inovar
  • Wal – Mart – dar às pessoas comuns a oportunidade de comprar as mesmas coisas que os ricos
  • Walt Disney – alegrar as pessoas

 

Para definir a Missão, basta responder à pergunta: Por que existimos? Após a resposta, aprofundar o questionamento, respondendo: Por que isso é importante? A resposta a essas duas perguntas conduzirá à finalidade básica da empresa, à sua MISSÃO.

 

Os VALORES, por sua vez, são o que as pessoas acreditam. Não precisam ser aceitos pela comunidade em geral, são destituídos do certo ou errado, mas são credos básicos que permeiam toda a empresa.

 

Alguns exemplos de valores:

  • Merck
  • Responsabilidade corporativa e social
  • Excelência inequívoca em todos os aspectos da empresa
  • Inovação baseada em ciência
  • Honestidade e integridade
  • Lucros, mas lucros provenientes de trabalho que beneficie a humanidade
  • Nordstrom
  • Serviço ao cliente acima de tudo
  • Trabalho duro e produtividade individual
  • Nunca estar satisfeito
  • Excelência em reputação, fazer parte de algo especial
  • Walt Disney
  • Não ceticismo
  • Criatividade, sonhos e imaginação
  • Atenção fanática à coerência e aos detalhes
  • Preservação e controle da magia Disney

 

Além da Missão e dos Valores, precisam ser definidos os OBJETIVOS, aonde quer se chegar. Devem ser audaciosos e mostrar grande desafio.

 

Exemplo: Queremos ser os líderes de mercado no segmento de embalagens para embutidos, até o ano 2000.

 

Os objetivos precisam ter o que Peter Senge chama de “tensão criativa”, ou seja, o que pretendemos alcançar deve ser algo que nos impulsione e que gere uma tensão suficiente para que olhemos a realidade e ao mesmo tempo tenhamos o desejo e a energia necessária para alcançar o futuro.

 

Para alguns líderes, definir a VISÃO é uma tarefa fácil, uma vez que basta passar para o papel o que já está impresso no coração. Para outros, pode ser um sofrimento, quando seu negócio é fruto do acaso. Tanto em um caso como no outro, tornar concreta a VISÃO da empresa é um fator preponderante para o alcance e manutenção do sucesso.

 

A VISÃO deve ser simples, clara, objetiva e profunda. Ela guia e inspira e não dá margens a dúvidas. Fica claro o foco da empresa, as decisões são mais ágeis e mais seguras, as pessoas conseguem saber para onde estão indo e o que fazer para o alcance de resultados. Ajuda na definição da estrutura e da estratégia, no recrutamento, na solução dos problemas e na definição do papel de cada colaborador.

 

Feita esta primeira parte, um segundo momento é tão importante quanto a definição da visão: é o compartilhar a VISÃO. É o que garante que todas as pessoas entendam, vivam e transformem a empresa.

 

Para isso, uma boa comunicação ajuda, mas não garante comprometimento. Para que alguém compartilhe missão, valores e objetivos com a empresa, é necessário que, de alguma forma, perceba que seus próprios objetivos e valores se liguem ou se conectem à visão da empresa. Caso contrário, fica difícil viver e transformar algo do qual não se acredita, ou não se tem nada em comum.

 

Cabe, então, um outro ponto a ser trabalhado com os colaboradores: a definição da própria visão pessoal, a definição de objetivos no âmbito profissional, social, familiar e pessoal, facilitando o questionamento:

 

  • a visão da Empresa facilita o alcance da minha visão pessoal?
  • o trabalho nessa Empresa ajuda a alcançar minhas metas de vida?
  • os valores desta empresa são coincidentes com os meus?

 

Se estas respostas forem positivas, aí, sim, uma boa comunicação da VISÃO da empresa garante sua compreensão. Ou seja, se eu não acredito no valor das pessoas, dificilmente poderei compartilhar a visão de uma empresa que tenha nas pessoas seu grande valor. Se eu não tenho qualidade na minha vida, como posso compartilhar a visão de qualidade da empresa?

 

Portanto, mais uma vez, cabe uma atenção especial à VISÃO das empresas, mas também à visão de cada colaborador, em particular. Cabe ao líder a criação da VISÃO, mas é a equipe que a transforma em ação, ou seja, que a concretiza.

 

A força transformadora está na mão de cada pessoa que trabalha na Empresa. O compromisso só acontece se houver paixão e entusiasmo pela VISÃO traçada. E paixão não se compra, nem se paga, apenas se sente. Quanto mais as pessoas forem envolvidas na construção da visão, quanto mais os próprios líderes mostrarem entusiasmo e motivação, sendo o exemplo vivo da força da VISÃO, mais haverá uma comunidade buscando continuamente o futuro almejado.

 

Concluindo, o que percebo na minha prática de consultoria é que as empresas passam pelo seguinte caminho, na construção das suas VISÕES:

  • definição dos VALORES
  • definição da MISSÃO
  • definição dos OBJETIVOS
  • alinhamento dos colaboradores à VISÃO.

 

E, o que sustenta todo esse caminho é:

  • a CONFIANÇA no líder, ou seja, o quanto de consistência existe entre o discurso e a prática e
  • o ENTUSIASMO do líder e da equipe em direção à VISÃO.

 

“Visionários apaixonados e persistentes foram, são e serão os grandes sucessos transformadores da humanidade”

 

 

Fátima Motta

Sócia-diretora da FM Consultores

Coordenadora e professora da cadeira de Fator Humano como Diferencial Competitivo nos cursos de Pós e MBA da ESPM.

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