Em função das mudanças que vem acontecendo e da presença de novas gerações no mercado de trabalho, muito tem-se falado sobre a importância de desenvolver maturidade. Mas, o que é maturidade?
Segundo o dicionário, maturidade é o estado, condição (de estrutura, forma, função ou organismo) num estágio adulto; condição de plenitude em arte, saber ou habilidade adquirida. Termo último de desenvolvimento.
Entende-se também que a maturidade vem, quando se para de dar desculpas e se começa a fazer mudanças. Maturidade é viver em paz com aquilo que não se pode mudar. Maturidade não depende de idade, mas sim de como se age e se pensa.
A partir dessas definições, entende-se que se pode falar de maturidade física, mental, emocional e espiritual, todas elas independentes, mas interdependentes, o que significa que alguém pode ter maturidade física e não emocional, mas, por outro lado a falta de maturidade emocional pode colocar em perigo a dimensão física, assim como a falta de maturidade espiritual pode prejudicar a maturidade emocional e assim por diante.
Para que seja possível aprofundar a compreensão desse tema, é importante que se conceitue um pouco mais o que se entende por esses tipos de maturidade.
Maturidade física é o que conseguimos perceber à medida que chegamos no esplendor do desenvolvimento de todos os nossos órgãos internos, pele, músculos, seguido pelo natural envelhecimento, com o aparecimento das rugas e outros sinais característicos do passar do tempo.
Maturidade mental é quanto estamos plenos em relação ao nosso raciocínio, concatenando diversas ideias, observando a lógica estabelecida, estabelecendo análises e tomando decisões precisas e rápidas.
Maturidade emocional é quando conseguimos reconhecer as diversas emoções que se apresentam no cotidiano, permitindo sua presença equilibrada e não invasora, o que possibilita o real equilíbrio da sua expressão, mesmo em situações desagradáveis, indesejáveis e não previstas.
Maturidade espiritual é quando estamos plenos na relação com o mundo mais sutil, trabalhando questões como fé, perdão, gratidão, amor, com naturalidade e resiliência, aceitando o que é, a partir do reconhecimento da missão sustentada pelos valores mais essenciais.
Sendo assim, pessoas podem ter áreas da vida onde são maduras e outras onde são imaturas.
Nesse artigo vamos dar mais foco à maturidade emocional.
Um aspecto importante no que se refere à maturidade emocional é a forma como se lida com as frustações e situações difíceis do cotidiano. Às vezes, a raiva aparece e toma conta de todos os sentidos. Isso acontece pela dificuldade que sentimos ao lidar com o que não se gostaria de encarar, o que representa a imaturidade emocional. Quando desenvolvemos essa tal maturidade, aprendemos que o mundo está cheio de situações difíceis e opostas ao que se deseja, nascendo daí a capacidade de lidar com frustrações.
Maturidade emocional é a maturidade para lidar com as emoções.
Mas… para que servem as emoções?
As emoções são as responsáveis por gerar respostas e comportamentos que garantam a sobrevivência de uma pessoa diante de um fato externo de modo a proteger ou impulsionar o indivíduo para a realização de algo.
Quando um indivíduo desenvolve plenamente a sua inteligência consegue a integração somática, psíquica e mental, mas essa não é uma tarefa fácil.
Por quê? Porque na maior parte do tempo vivemos sem ter a real clareza do que queremos, do que sentimos, da real percepção das situações e podemos passar um bom tempo presos a diversas ilusões, onde nossas emoções nos pregam diversas peças. Criamos uma fantasia a partir de fatos e, quando ficamos presos a ilusões, estamos sendo imaturos emocionalmente. Quer saber um exemplo? a vida precisa ser sempre cor de rosa, amor é para toda a vida e sempre com a pessoa perfeita, cumprindo e realizando todos os desejos, empresa perfeita ou ainda chefes tiranos. A ilusão pode, portanto, caminhar para aspectos positivos, como nos primeiros exemplos e negativos, como do último exemplo. Basta apenas, em vez de se ater a fatos e dados concretos, deixar as emoções se apoderarem e os pensamentos fantasiarem.
Para desenvolvermos nossa maturidade emocional, há que se ter coragem e muito trabalho. Por onde começar? Pela área da vida onde temos mais conflitos e problemas. Pode ser na área profissional, relacional ou pessoal. É onde reagimos em vez de agir, ou ainda quando culpamos e nos vitimizamos. Esses são sinais para que possamos começar nosso trabalho de desenvolvimento. Levar maturidade emocional para essas áreas é o mesmo que levar luz para uma escuridão. Maturidade emocional passa por olhar a situação de uma forma plena, avaliando diversos aspectos que possam interagir, eliminando qualquer reação impulsiva ou tempestiva. Falar menos e ouvir mais ajuda a desenvolver a maturidade emocional, assim como reduzir ao máximo a interferência da vontade e/ou opinião de outros nas nossas vidas.
Outra faceta da maturidade emocional é em relação àqueles que dependem de nós, ou seja, filhos, alunos, colaboradores etc. É possível ajudar a construir a maturidade emocional, quando se “solta”, “empurra”, liberta, permitindo que a pessoa acerte ou erre pelas próprias mãos e aprenda com cada experiência vivida. Se, ao contrário, a pessoa é muito protegida, até na fase adulta da vida, com certeza desenvolverá muito pouco sua maturidade emocional.
A maturidade emocional está relacionada à habilidade de nos relacionarmos uns com os outros e conosco mesmo. Portanto, outro remédio muito bom para aumentar a maturidade é ouvir com muita atenção os feedbacks que se recebe.
Com certeza o feedback bem dado nos fará perceber que temos momentos imaturos e maduros, áreas da vida onde conseguimos transitar de maneira mais madura e outras onde a imaturidade prevalece.
Pessoas imaturas tendem a culpar os outros, a situação, a empresa, o tempo, enfim, tudo, menos elas mesmas.
Pessoas maduras encaram as coisas difíceis como desafios da vida para que aprendam mais. Desenvolvem tolerância para lidar com frustrações e muita resiliência.
Maturidade emocional e resiliência são interligados. Maturidade emocional significa não evitar, mas tolerar as dores da vida e essa tolerância nos traz uma certa docilidade.
Mas você deve estar pensando…. por onde começo? Exatamente pelo autoconhecimento e auto-observação.
Para ajudar um pouco mais, deixo aqui algumas características que podem ajudar bastante. Marque um “x” para aquelas que vc acredita não possuir:
1-Visao positiva.
2-Saber lidar com problemas
3-Hábito de pensar antes de agir
4- Agir ao invés de reclamar
E aqui finalizo essa conversa com você, deixando uma breve reflexão.
Se você já localizou em qual competência deve investir, desenvolva em si mesmo essa habilidade pessoal e profissional, seja honesto com você e com os outros e perceba o quanto será mais fácil seu crescimento e seu legado.
Profa. Dra. Fátima Motta
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