Perguntar ofende, incomoda ou desperta? – 1ª Parte

Qual a importância de uma pergunta?

A pergunta, em geral, traz movimento, vida, deixa-nos menos rígido, mais maleável para o que acontece. 

Após um longo período trabalhando com comportamento humano, me questiono sobre uns dos aspectos que mais ajudaram a ser o que sou: uma eterna buscadora!  Por que me classifico assim?  Porque eu me questiono o tempo todo e isso me leva a patamares de descobertas cada vez mais profundas.

Com a pandemia há mais de um ano, comecei a fazer lives semanais com o objetivo de ajudar a todos com questionamentos do dia a dia, pessoais e profissionais, e que possam conduzir ao autoconhecimento. Ainda que estejamos cientes de todo conhecimento sobre nós, é importante pensar onde devemos colocar luz em nossa vida, como fazer para ir além, para desenvolver a consciência e crescer cada vez mais.  

Nas aulas que dou na ESPM, na disciplina de Liderança e Cultura Digital, sempre utilizo a frase de  Tarthang Tulku, do livro Conhecimento da Liberdade – Tempo de Mudança: “Questionar e  estar consciente:  estes são os mais preciosos mestres que moram no coração de todo ser humano que começa a acordar para o desperdício e o perigo de uma vida não examinada.” 

Essa frase enfatiza o ponto que, quando não nos questionamos, vivemos como num período de sono, numa vida sem preocupação, sem ter consciência do que acontece em várias áreas da nossa existência.   Algumas pessoas simplesmente levam a vida completamente sem se preocupar com os questionamentos, e com isso não transformam e nem aceleram os pensamentos, mantendo o modelo mental, deixando de lado a criatividade e a abertura para o inusitado. 

Essa frase me faz pensar que questionar é estar consciente e, ao perguntar, fica-se  mais ciente de tudo que nos rodeia.  

Mas, infelizmente, temos uma cultura onde perguntar não é algo bem-vindo.  

Existem pessoas que se irritam quando outras começam a perguntar, e, assim, desenvolvemos o hábito de não gostar de quem pergunta e não gostamos de perguntar. Temos medo de questionamentos. O que provavelmente pensamos é que ao fazermos uma determinada pergunta, podemos deixar a outra pessoa em uma posição muito delicada. 

Podemos perceber que não aceitar as coisas só “porque sempre foram assim”, ou não ficar satisfeito com a primeira resposta, pode nos levar a enxergar as pessoas e o mundo sob outro prisma. 

Essa é uma postura que as pessoas que vivem um momento tão disruptivo jamais deveriam se deixar contaminar, uma vez que não perguntar é perder a possibilidade de expandir a consciência e não expandir a consciência é deixar de viver.

Nos próximos artigos esses aspectos serão aprofundados. Enquanto isso, aproveite para avaliar sua postura perante a vida, o trabalho, a carreira, os relacionamentos. 

Você fica no sono desperto ou procura dar um passo além do “comum”?

Profa. Dra. Fátima Motta

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