DIA DA INDEPENDÊNCIA!!!


O que será independência? É a possibilidade de não depender. Será possível? Vamos refletir sobre esse assunto?

Quando nascemos somos absolutamente dependentes, seja do alimento, do afeto, do cuidado, do amor, enfim, não sobreviveríamos sem pessoas que nos cuidasse.

Com o tempo crescemos e tudo que queremos é conseguir nossa independência.  Fazer o que desejamos fazer, sem dar satisfações. Começamos a querer definir a roupa que usaremos no dia a dia e na festa, o que comemos, a hora de dormir, a hora de brincar, entre outras coisas. Percebemos que ainda somos muito dependentes, porque durante muito tempo ouvimos coisas como: quando você puder pagar sua comida e sua roupa, você pode fazer o que quiser. Por enquanto, você depende da casa onde mora, ou seja, você entende sua ainda dependência dos pais, da família.

O tempo passa mais um pouco, você começa a trabalhar e percebe que pode sair de casa e não depender mais do dinheiro dos seus pais, da comida, da roupa ou do colégio que antes era pago por eles. Agora pode dizer que é independente. É mesmo?

Descobre que depende do dinheiro que recebe da empresa  onde trabalha e, caso seja demitido, não conseguirá pagar as suas roupas, sua comida, sua moradia. Realmente é difícil ser independente, você pensa, mas, melhor assim. Então, passa a ter um ritmo de vida com despesas que o tornam cada vez mais refém do seu trabalho.

Mas, com o capital que está juntando, um dia será independente da empresa onde trabalha, com certeza. E, como a vida não para, você se apaixona e casa. Nem pode imaginar o que seria a vida sem essa pessoa que tanto ama. Descobre que é dependente dela de uma maneira inquestionável e impensável.  Por outro lado, o que lhe traz alento é que sua alma gêmea também não vive sem você. Dependência absoluta!!!

O tempo passa e chegam os filhos. Agora, mais do que nunca você depende do seu emprego para conseguir sustentar a família. A dependência do afeto em relação ao cônjuge diminuiu, mas aumentou a dependência do amor dos filhos e da necessidade da manutenção do emprego.

Mas um dia os filhos estarão adultos e você será finalmente independente.

E assim você fica esperando esse tão sonhado dia em que pode decretar sua independência, mas percebe que sua dependência em relação a seu ego, sua personalidade, suas máscaras são muito maiores do que todas as outras dependências.  Percebe que depende da forma como os outros olham você e precisa manter a imagem, a postura, o poder. Precisa manter todas as forças que as pessoas acham que você tem, não porque você as tenha de fato, mas por ter conseguido que todos  acreditassem na sua infalibilidade. Precisa manter seus bens, comprados com lágrimas de sangue da sua dependência. Precisa manter suas ideias, mesmo que antigas, seus padrões mentais, mesmo que ultrapassados.

Descobre, então, que decretar sua Independência exige coragem, muita coragem. Imagina-se como um D. Pedro que teve que se libertar da corte portuguesa, dos grilhões que o prendiam a tanta coisa sem valor. Pergunta-se, então, se tem coragem de se libertar de tudo isso, uma vez que essa liberdade pode o levar para algum lugar incerto e talvez perigoso demais para sua covardia.

Talvez possa descobrir que independência total não existe, ou , se existe é para poucos. Se conseguirmos a independência de nossos pensamentos repetitivos, de nossos vícios emocionais, de nossos padrões, já é um ganho imenso, pois pode livrar-nos de muitas prisões internas. No entanto, temos também dependências das quais não queremos nos livrar nunca. Uma delas, para mim, pelo menos, é a dependência do sol, da chuva, do ar, da lua, das estrelas, da mãe natureza. Essa dependência me traz vida e propósito de “ser”.

Dessa forma, cabe a você, só a você avaliar seu grau de dependência e dar ou não seu Grito de Independência para aquilo que traga dor, sofrimento e um  sentimento de aprisionamento, na busca da Liberdade do seu próprio Ser. Você está preparado para isso?

Como se preparar?

Talvez o primeiro passo seja o de definir quais são seus grilhões e, um a um, identificar o que você ganha e o que perde mantendo-os atados a você. Caso o que ganha seja maior do que perder, aceite-os e seja feliz. Mas, caso o que perde seja mais do que ganha, livre-se deles, declare sua independência e SEJA MUITO FELIZ!!!!

Fátima Motta

 

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