Durante uma mentoria, ouvi mais uma história que me emocionou profundamente. Uma pessoa que foi uma verdadeira guerreira ao longo da vida. Passou por perdas significativas, fez sacrifícios para preservar aqueles que amava e, muitas vezes, assumiu um papel de coadjuvante para que a vida ao seu redor seguisse em equilíbrio. Agora, encontra-se em um momento de incerteza, sem saber para onde ir, como se reorganizar e, sobretudo, como ressignificar tudo o que viveu.
Essa história não é única. Pelo contrário, é mais comum do que imaginamos. O que me toca profundamente é a forma como essas pessoas olham para o próprio passado: com peso, com a sensação de que poderiam ter feito escolhas diferentes, como se tivessem falhado consigo mesmas.
Mas será mesmo?
Olhamos para trás com os olhos de hoje, com a maturidade que adquirimos no caminho. Mas, naquele momento, fizemos as melhores escolhas possíveis. Foram essas escolhas que nos moldaram, que nos ensinaram, que nos trouxeram até aqui. Desconsiderar a própria história é desvalorizar a força, a coragem e o amor que foram depositados em cada passo dado.
Honrar o passado não significa ficar preso a ele. Significa reconhecer que ele tem valor, que cada decisão teve um propósito e que, mesmo diante dos desafios, seguimos em frente.
O futuro sempre se abre para aqueles que conseguem olhar para trás com respeito, aprendizado e, acima de tudo, com gratidão.
Se você sente que chegou o momento de reconstruir sua trajetória, faça isso com o reconhecimento de tudo o que já foi vivido. Honre seu passado, por mais difícil que tenha sido. Você não está começando do zero. Você está começando de um lugar repleto de experiências, sabedoria e força. E isso faz toda a diferença.
Profa. Dra. Fátima Motta
