Memória

Gostaria de fazer pequenas reflexões sobre as memórias… Para onde elas nos levam? São importantes, indispensáveis, mas também tormentam e inquietam. O que seríamos sem as nossas memórias? O que nos sobra sem elas? Por outro lado elas nos tormentam e escravizam.

Quantas vezes gostaríamos de não pensar, não lembrar, não sentir. Quantas vezes já dissemos que gostaríamos apagar da memória, mas por vezes lembramos do que não queremos lembrar e esquecemos do que queremos lembrar…que coisa estranha é essa tal de memória….

 

Sem me prender a qualquer tipo de explicação científica, sinto que são vários tipos de memórias….a mental, que lembra fatos, números, datas, desprovida de qualquer conteúdo emocional. Esta quando se faz presente é motivo de orgulho e distinção.

É sinal de inteligência e competência. Mas a outra…. a memória emocional….essa é difícil, por vezes muito doída, responsável por dores incontáveis e apegos intermináveis. Por outro lado, é com ela que lembramos dos momentos felizes e inesquecíveis da nossa história.

 

Queria tanto lembrar de tanta coisa que aconteceu do outro lado, mas pouco lembro e não sei se acredito, até porque a memória vive brincando, entrecruzando fatos nem sempre reais, trazendo mentiras para o terreno da verdade, ficção e desejos se tornam realidade nas memórias. Por vezes são fugazes e nos escapam. Por vezes são teimosas e não nos deixam.

E assim influenciam no que somos, na nossa autoestima, impactam no que fazemos. Parece que existe uma certa contabilidade, um balanço que coloca de um lado as boas lembranças e do outro as que nos fazem sofrer e, dependendo das que são mais atuantes, somos pessoas mais ou menos felizes.

 

Algumas vezes são pálidas, sem cor. Outras são coloridas, vibrantes e somos nós os responsáveis por seu colorido, sua vibração. O desafio, entre tantos outros, é o de colocar a cor certa….nada fácil esse desafio, mas temos um amigo das memórias….ou inimigo? Quem é? O tempo…. Que traz de volta o passado longínquo e apaga a dor do que foi e não volta mais. Se fosse assim simples…. Mas não é.

Dependendo da memória a dor muda de cor e a memória se transforma em algo doce e querido que não queremos perder. Ou fica mais escura e dolorida. Qual o papel das memórias? A pergunta fica para a memória não esquecer…..

 

Profa. Dra. Fátima Motta
Sócia-diretora da FM Consultores
Professora do núcleo de gestão de pessoas da ESPM
Professora da FIA USP em MBAs de gestão de projetos

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