Onde estão nossos sonhos? (Parte 2/4)

Uma pessoa sem sonho é uma pessoa sem futuro. O sonho é nosso condutor, é nossa mola mestra. Os sonhos materializados se tornam objetivos e ninguém consegue ter qualidade de vida sem objetivo. E o mais interessante é que é da qualidade do nosso objetivo que depende a qualidade da nossa vida. 

Se cada um pensar no próprio objetivo, talvez consiga identificar com clareza um objetivo profissional. A pergunta é: será que o objetivo profissional é suficiente para que um humano consiga SER? Provavelmente, não. 

Se concentrarmos toda nossa energia no objetivo profissional, a sensação de vazio continuará muito presente. Outros objetivos, como familiar, o social e o pessoal? Cada um deles cumpre um papel extremamente importante para a plenitude do ser humano e para o alcance do equilíbrio que tanto busca. 

Quando se comenta sobre esses 4 níveis de objetivos, profissional, familiar, social e pessoal, este último, o pessoal, às vezes é o mais difícil de ser identificado, uma vez que só pode ser encontrado se pesquisarmos no nosso íntimo. Trata-se de algo só para nós, aquilo que explica o porquê da nossa existência nesse mundo. 

Fica, então, uma importante pergunta, para cada um de nós pensar na resposta: 

Quais os meus objetivos de vida? 

O que quero deixar como marca pessoal? 

Autoconhecimento como primeiro passo

Neste ponto, o primeiro grande e importante passo é o autoconhecimento.

Quanto mais nos conhecemos, mais estamos acordados e mais estamos prontos para assumir a vida de fato, por nós mesmos e não por aquilo que os outros acham que seja o mais certo. E quando estamos conscientes do nosso potencial e da nossa força e decidimos colocá-los na direção dos nossos desejos, à disposição da humanidade. Percebemos as malandragens do nosso pequeno ego e observamos que somos muito mais do que ele gostaria e saímos da mediocridade diária, passando para um nível de existência mais sadio, mais prazeroso, pelo simples fato de ser mais natural. 

O trabalho é intenso para que façamos essa auto descoberta, até porque não damos valor a isso. Procuramos tanto os aspectos externos em tudo que fazemos, a aprovação dos outros, as informações nos livros, nas revistas, nos jornais, na televisão, que esquecemos frequentemente de pesquisar nosso imenso banco de dados interno, que contém todas as respostas das quais precisamos. 

O autoconhecimento requer um profundo esforço na contemplação daquilo que vivemos e sentimos, não para encontrarmos as falhas no outro mas para entendermos como funcionamos, quais nossas reações, o que mais nos incomoda, como lidamos com cada um dos aspectos da nossa vida, o que somos e o que queremos ser. 

Vale, nesse ponto, um pequeno exercício diário de escrever em um caderno, todos os dias, os fatos principais e os sentimentos gerados. Será difícil, como quando se começa a cavar um buraco na areia, ou quando se começa a subir uma imensa montanha, mas, seguramente, com o hábito, a dificuldade ficará cada vez menor e trará a beleza das paisagens de cima da montanha, ou a alegria da criança que encontra a água do mar depois de muito cavar na areia. 

É preciso, também, cultivar algo de muito precioso, e na nossa civilização um pouco esquecido: o silêncio – é impossível escutar a voz interior em meio à agitação. Deixar a mente tranquila e desfrutar do silêncio é tão importante como dormir e comer. Nossa saúde mental e psíquica precisa de um pouco de silêncio, para que possamos escutar nossa própria voz interna. 

Até o próximo artigo!

Grande abraço,

Fátima Motta

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